“Ele Não Morreu Por Ser Homossexual, Travesti; Ele Morreu Porque Ele Era Vagabundo”: A Motivação nos Assassinatos de Travestis em Belém-PA
DOI:
https://doi.org/10.11117/rdp.v18i98.5237Palavras-chave:
Travestis, Polícia, Transfobia, Assassinatos,Resumo
O presente trabalho tem como objetivo investigar as motivações apresentadas nos inquéritos para assassinatos de travestis, em Belém-PA, no ano de 2018. Utilizou-se o método indutivo através de uma pesquisa documental, bibliográfica e de campo. Foram levantados três inquéritos policiais referentes as quatro mortes ocorridas naquele ano, assim como foram entrevistados membros do corpo policial para elucidar a pergunta de pesquisa. Em um primeiro momento, admite-se o gênero em seu viés performático, um constructo social que serve como uma categoria estruturante da sociedade, capaz de hierarquizar vidas. Em seguida, se apresenta as travestis como as sujeitas que diferem dessa norma de gênero e por essa razão são expostas a incontáveis violações, movidas pela transfobia. Posteriormente, apresenta-se o cenário belenense dos assassinatos de travestis e os dados de campo. Questiona-se as motivações para os homicídios de travestis. Percebe-se como a transfobia foi escamoteada na investigação policial, perpetuando o discurso criminalizador e discriminatório contra as travestis. Propõe-se uma mudança na investigação destes delitos, a partir de uma perspectiva de gênero mais abrangente.
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